Santos, SP, 13 (AFI) – O Santos registrou aumento expressivo nas receitas após a contratação de Neymar, mas mesmo assim fechou o primeiro trimestre de 2025 com um déficit de R$ 37,4 milhões. O valor negativo ficou 60,8% acima do previsto no orçamento para o período.
De janeiro a março, o clube arrecadou R$ 174,9 milhões, superando em 43,6% a previsão inicial, puxada principalmente por direitos federativos e empréstimos. Apesar do caixa reforçado, o Santos gastou bem mais do que o esperado: foram R$ 154,8 milhões em despesas operacionais, quando a previsão era de R$ 93,2 milhões. Os custos incluem salários, direitos de imagem, viagens, despesas de jogos e manutenção do estádio.
SANTOS E NEYMAR: IMPACTO NA FOLHA SALARIAL
A chegada de Neymar mexeu com a folha salarial do elenco profissional. Em janeiro, o clube desembolsou R$ 10,5 milhões; em fevereiro, com o reforço do craque, esse valor pulou para R$ 34,8 milhões, aumento de 228,8%. Só o camisa 10 tem salário em carteira acima de R$ 4 milhões por mês, além de receber 75% de todos os patrocínios fechados ou aumentados após sua contratação, com o Santos garantindo um pagamento mínimo de R$ 85 milhões em direitos de imagem até dezembro de 2026.
Em março, o clube gastou R$ 34,2 milhões com os atletas, sendo R$ 12,2 milhões em salários e R$ 21,9 milhões em direitos de imagem. O relatório apresentado ao Conselho Deliberativo na Vila Belmiro aponta que o clube utilizou a receita extra com Neymar para cobrir outras despesas, e recomenda “maior rigor no controle de gastos e receitas, com consequente adequação ao déficit previsto na peça orçamentária”.
DÍVIDAS E DESAFIOS DO SANTOS EM 2025
O Santos enfrenta situação financeira delicada. Só em 2024, acumulou déficit contábil de R$ 105,2 milhões e a dívida total chegou a R$ 977 milhões. O clube ainda tenta negociar prazos de pagamentos com credores. Recentemente, precisou recorrer ao Tribunal Arbitral do Esporte para adiar o pagamento de 2,5 milhões de euros (R$ 15,9 milhões) ao Arouca, de Portugal, referente ao zagueiro João Basso, após condenação imposta pela Fifa.
O cenário segue desafiador para o Peixe, que busca soluções para equilibrar as contas enquanto aposta no retorno de Neymar como trunfo dentro e fora de campo.
